A chegada do irmão mais novo (parte 1)

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Quando o primeiro filho chega, o mundo gira só em torno dele.

A palavra certa para definir esse momento é ex-clu-si-vi-da-de!

De colo, de cuidados, de tempo, de olhares apaixonados…

Mas você já parou para pensar qual é a visão do filho mais velho em relação à chegada do novo irmão? Já li muitas dicas e sugestões a respeito de como lidar com essa situação, mas a verdade é que não é fácil não.

É claro que cada criança reage de um jeito, de acordo com a idade, comportamento dos pais, grau de envolvimento da criança e de seu entendimento em relação à gravidez da mãe, etc. Mas independente de todas as teorias, baseada na minha experiência aqui em casa, (engravidei do Isaque quando a Isabela tinha somente 1 ano e 5 meses) eu imagino que na cabeça de uma criança seja mais ou menos assim:

De repente a barriga da mamãe começa a crescer

Ela sente enjôos, fica cansada e desanimada

Ela se preocupa com outras coisas e vai sempre ao médico

Eu normalmente fico em casa, com a vovó, com a babá ou na escola

Agora ela vive acariciando a barriga e reclama de tudo

Ela começa a falar sozinha e dá até um nome para a barriga dela

Ela mostra a “foto” de um ser estranho pra mim e diz que é um bebê

Para piorar, ela diz que é meu irmão (todo mundo diz)

Eu não sei nem o que significa essa palavra, afinal nunca tive um irmão antes

Ela me pergunta se eu amo esse tal irmão sem eu conhecê-lo

Ela não pode mais me pegar no colo porque sou muito pesada

Ela começa a comprar coisas azuis para o tal irmão

Ela não pode mais se abaixar para olhar nos meus olhos porque a barriga não deixa

Outras pessoas ajudam a cuidar de mim e isso me incomoda

Ela vai para o hospital e fica 3 dias fora

Mesmo sem saber o que vai acontecer eu fico ansiosa

Nós dormimos separadas pela primeira vez

Eu sinto falta dela

Mas ela chega com um bebê nos braços e sentindo dores

Ela me abraça, mas ainda não pode me pegar no colo

Ela não desgruda mais do novo bebê

….

Ele mama no peito dela

Ele chora demais

Ele está sempre no colo dela

Ele recebe visitas e ganha presentes

Eu tenho que tirar fotos com ele

Eu tenho que dividir meu quarto com ele

Ele me acorda

Eu não sei se gosto dele…

Exagero? Talvez…

O fato é que mesmo com todo o nosso esforço para que minha filha mais velha não sentisse tanto a chegada do irmão, apesar de toda a preparação psicológica e aparente aceitação dela, a realidade é percebemos que essa mudança a afetou de uma forma profunda, alterando o sono, o comportamento, as emoções dela. Isso me fez chorar muitas vezes e me sentir culpada, em débito com ela.

Mas MÃES não entregam os pontos! E eu fui em busca de melhorias, de tempo de qualidade com minha filha, só com ela. Isso exigiu e ainda exige um esforço sobrenatural, além do cansaço físico que uma mãe de dois bebês sente.

Resolvi compartilhar essa experiência porque sei que muitas mamães passam ou vão passar por isso. E quero dizer que quando você se coloca no lugar do outro é mais fácil resolver os problemas. E quando eu me coloquei no lugar dela as coisas começaram a voltar para o seu devido lugar.

Ela ama o irmãozinho, demonstra isso com os gestos espontâneos de carinho e cuidado e com palavras de amor. Mas é lógico que o ciúme entre irmãos sempre vai existir, desde que seja no limite tolerável e dentro da normalidade. (Ela sempre quer dividir o colinho quando o irmão está mamando… rs)

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Cada dia é um aprendizado para nós, mães, pais e filhos. E é o amor que faz toda a diferença nessa jornada. Só ele rompe as dificuldades e nos faz vencer.

No próximo post vou dar continuidade sobre o tema “ A chegada do irmão mais novo” e contar uma experiência muito interessante que ocorreu aqui em casa. Não deixe de ler!

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Vou deixar uma canção do Palavra Cantada, que ilustra bem a situação descrita por mim, inclusive no tom melancólico da melodia… 🙂

Camila Vaz

24 comentários sobre “A chegada do irmão mais novo (parte 1)

  1. A chegada da minha irmã foi um desastre pra mim que até os quase 7 anos era a Rainha da casa!! Hahahahahahahahaha…minha mãe teve que ter um super jogo de cintura comigo, lembro muito o quanto dei trabalho para aceitar que as coisas seriam compartilhadas. Depois de um tempo, o amor floresceu e nos tornamos super amigas. Mas, o começo, geralmente, é dificil! Beijos e bom fim de semana!!

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  2. Olá Camila,
    Obrigada pela participação em meu blog! Adorei o seu post…acredito que é bem assim mesmo que o “rei” ou a “rainha” da casa pensa qnd vai chegar mais um irmãozinho(a). Cabe a nós, pais, estimular o afeto e união deles, mas sei que falar é fácil e, na prática, as coisas mudam um pouco. No início pode ser difícil a adaptação para todos, mas com certeza o novo integrante trará mais e mais alegrias na família.
    Ainda não estamos vivendo essa fase por aqui, mas já estou na expectativa deste momento…rsrsrsrs
    Beijos,
    Larissa Andrade.

    http://maternidadeecotidiano.blogspot.com.br/

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