[A razão, a emoção e eu]

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Estou em um relacionamento sério com a razão. Já faz um tempo, mas só agora depois dos 30 eu quis assumir isso. Acho que a maternidade influenciou também.

Não que eu tenha rompido com a emoção [impossível], por isso estamos tentando conviver pacificamente os três [a razão, a emoção e eu].

Ainda ando de mãos dadas com as emoções sinceras e verdadeiras. Ainda me encanto com os sentimentos à flor da pele, com os arrepios, com o frio na barriga e com algumas atitudes impulsivas, por amor, por solidariedade, por compaixão e por fé.

Mas vou explicar porque resolvi dar mais chances a razão.

Desde a adolescência fui muito intensa e fazia somente escolhas pelo coração. Para mim, tudo era lindo, poético e puro. E só. Muitas dessas escolhas me renderam conseqüências negativas e pesarosas.

Ao me dar conta disso, passei a agir mais racionalmente. Pensar e ponderar, refletir e analisar, apesar de mais trabalhoso é mais inteligente e produz melhores resultados. [Pensa aí!]

Foi assim diante de muitas decisões cruciais que tive que tomar na vida profissional, pessoal, sentimental e espiritual também.

Percebi que é possível decidir com quem se relacionar, quando e de que maneira. Mesmo estando apaixonado…

É possível escolher estudar e abrir mão da diversão para alcançar um objetivo. Mesmo sendo adolescente…

É possível escolher perdoar e superar uma decepção. Mesmo estando magoado….

É possível lidar com uma perda irreparável. Mesmo estando profundamente abalado…

É possível realizar um sonho distante. Mesmo parecendo impossível…

É possível conviver com opiniões distintas e temperamentos opostos. Mesmo quando não se deseja…

Até para servir a Deus é preciso ser racional. A gente vê por aí muita gente agindo pela emoção e mudança de vida e atitudes mesmo que é bom, nada!

Engraçado que ao procurar uma imagem para ilustrar esse texto, só encontrei cérebros lutando contra corações. Não acho que seja bem assim. Dá pra equilibrar e andar na mesma direção. Com o tempo e a maturidade a gente aprende isso.

Cérebro e coração

A gente continua sentindo, curtindo, vivenciando as experiências boas e ruins e tomando as decisões necessárias. Mas com uma diferença essencial: equilibrado razão e emoção.

Não aprovo a razão auto-suficiente, fria e nublada que afasta e isola as pessoas, mas também ando sem paciência para gente que vive de mimimi, se fazendo de coitadinho ou vivendo de fotos cheias de efeitos que não retratam a realidade em que vivem, ou aqueles que levantam bandeiras utópicas mas não fazem nada para mudar sua realidade na prática.

Minha vida é fruto das minhas escolhas e só eu sei o preço que pago por cada uma delas. Colocando na balança, não me arrependo das escolhas que fiz racionalmente. Já o coração, esse me enganou muitas vezes. É como diz a Bíblia:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas…” Jeremias 17:9

Por isso, viver só de emoção não dá!

Isso se encaixa na maternidade também. Seja na hora de educar e corrigir os filhos, seja na hora de voltar ao trabalho depois da licença-maternidade, seja nas escolhas que temos que fazer diariamente, seja nos momentos difíceis que surgem ao longo da jornada.

Viver com emoção é diferente de viver de emoção. Porque a vida é o que é. E cabe a nós encontrar esse equilíbrio e entender qual é o nosso papel nela, quem somos, onde estamos e onde desejamos chegar. Pensando, claro. Porque somos seres racionais e pensantes, ou pelo menos, deveríamos ser…rs

E pra terminar, um trecho interessante que encontrei aqui:

“O equilíbrio entre razão e emoção nos ajuda a compreender, sentir, decidir e agir de forma mais coerente e estimulante. Infelizmente, a maior parte das pessoas tem dificuldades em fazer essa integração; por isso, complicam sua vida e a dos que convivem com elas. Todas as decisões racionais sofrem a interferência de nossas emoções e de outras componentes mais complexas como as culturais.”

 

Tenham um bom dia pensante!

Camila Vaz

https://mundodepalavras.wordpress.com

 

 

3 comentários sobre “[A razão, a emoção e eu]

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